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O louco empreendedor

05/11/2013 - Que pessoa em seu juízo perfeito firmaria uma sociedade com alguém que, além de não fazer nada, não oferecer nenhum serviço, nem sequer ajudar no mínimo que seja para a execução das atividades empresariais, no fim das contas abocanhasse 70% do lucro da empresa? Seria um absurdo! Mas, na verdade, é o que todos os empresários brasileiros fazem. E esse sócio parasita chama-se Estado.

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Um país apenas pode ser próspero se der plenas condições para que aqueles que investem seu dinheiro em negócios próprios prosperem. Uma nação somente alcança desenvolvimento econômico quando seus empreendedores têm possibilidades reais de lucrarem.

Mas no Brasil não é assim. Aqui, apenas os desvairados abrem empresas. Isso porque as chances de seu negócios não darem certo são altíssimas. Estatísticas apontam que 60% delas fecham as portas antes do segundo ano de existência. Quem é louco de colocar em risco praticamente todo seu patrimônio e economias em algo que tem mais chance de dar errado do que certo? Analisando friamente, abrir empresa no Brasil é quase prova de insanidade.

Que pessoa em seu juízo perfeito firmaria uma sociedade com alguém que, além de não fazer nada, não oferecer nenhum serviço, nem sequer ajudar no mínimo que seja para a execução das atividades empresariais, no fim das contas abocanhasse 70% do lucro da empresa? Seria um absurdo! Mas, na verdade, é o que todos os empresários brasileiros fazem. E esse sócio parasita chama-se Estado.

Mesmo diante dessa realidade, conheço alguns corajosos que abrem empresas e investem no sonho de possuir o negócio próprio. Mas, sinceramente, me corta o coração ver a situação de alguns deles. Outro dia recebi em meu escritório um senhor distinto, mas que trazia em seu rosto as marcas da preocupação e da decepção. Dono de uma empresa de venda de móveis, viu suas finanças ruirem ao não conseguir arcar com os custos tributários e os juros bancários. Hoje, às vésperas de encerrar seu negócio, se encontra diante de uma dívida impagável. Um outro cliente chegou a ir embora do país, por se encontrar na mesma situação. Deixou as dívidas para trás, abandonou a empresa que possuia aqui e hoje vive como motorista de caminhão na Europa. E o pior (para nós), afirma que nunca se sentiu tão feliz!

Como advogado, me deparo cotidianamente com empresários que vivem à beira da falência e boa parte deles apenas continua com suas empresas por não terem qualquer outra expectativa.

Eu sei que algumas pessoas podem até dizer que na verdade esses exemplos são amostras de maus administradores, de pessoas que não souberam investir e que, por isso, não prosperaram em seus empreendimentos. O problema é que os exemplos de prosperidade e negócios que realmente deram certo no país são exceções. Alguns gênios do mundo dos negócios realmente alcançaram o sucesso. No entanto, um país apenas verifica a prosperidade de seu povo não pelas exceções que alcançam resultados diferentes da média das pessoas, mas, sim, pelo sucesso comum de seus empresários.

O problema é que aqui a norma é a bancarrota. A experiência ordinária é a falência.

Por isso, não me acanho em perguntar para meus clientes que sonham em abrir uma empresa: "Por acaso você é maluco?"

Um comentário:

  1. Caro: Há pouco menos de quatro anos, visando a engordar a aposentadoria, fiz um concurso para o INSS. Na posição de perito médico tenho a condição de observar outro aspecto da insanidade empresarial: a qualidade moral da mão-de-obra. Não que seja novidade para quem estuda: Von Mises, já em 1928, previra o pântano que se escondia atrás da ideia dos benefícios previdenciários. Seus miasmas corrompem não apenas os recipiendários das mesadas estatais -mentem fingem, simulam, trapaceiam, forjam documentos, ameaçam.. . Profissionais liberais - médicos, mesmo especialistas, psicólogos, fisioterapeutas fazem da venda de atestados não muito bem-cheirosos uma boa fonte de renda. Nos dias que correm, existe -horror dos horrores- a assistência psiquiátrica estatal, semente do GULAG, os CAPS. Seus profissionais, talvez para não desagradar os patrões, os prefeitos populistas, não se furtam fornecer doses industriais de psicofármacos e atestados coonestadores das manhas de seus "pacientes" para induzir a erro a nós, seus colegas investidos das funções periciais... Como putas manhosas, sim, putas, o Estado é seu gigolô, tentam arrancar o mais que podem do patrão, furtando-se ao trabalho, sabendo de antemão que, por serem "oprimidos", não lhes advirá punição alguma.


    Thank you!

    Ricardo

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