02 de abril de 2013
A forma mais evidente de poder é o monopólio na feitura e imposição de leis. Estas, com efeito, são sempre mais necessárias quanto mais complexa e problemática se torna a vida social. Portanto, a conclusão óbvia é que quanto mais forem criadas dificuldades, quanto mais forem fomentadas crises, quanto mais os problemas parecerem inssolúveis, haverá mais necessidade de leis e mais poder, consequentemente, acumularão os detentores exclusivos da imposição normativa. A quem interessa, então, a insegurança, o medo, e a desagregação senão ao próprio governo? Sua única tarefa é, assim, manter os níveis de crise aceitáveis. E como parece que, no Brasil, a capacidade de suportar a desgraça é quase infinita, as mazelas jamais terão fim.