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O eu perdido

 29 de março de 2013

Desde que a subjetividade reclamou por autonomia o homem se esforça na tentativa de substituir a transcendência que lhe fundamentava a existência. Porém, o abismo alargou-se de tal maneira que o eu encontrou-se só, isolado e perdido. Em Schopenhauer, o indivíduo já não é nada mais além de um fenômeno fugaz. Portanto, quando vejo as pessoas clamando por atenção, pela busca do reconhecimento e por serem percebidas, estou certo que isso é o resultado desses séculos de vagar existencial. Em nossos dias, a única maneira de sentir-se alguém é pelo testemunho do outro.