19 de agosto de 2013
O desinteresse das pessoas pelas coisas espirituais é frustrante. Mesmo cristãos têm vivido uma realidade grosseira. Não há sutilezas, nem intuições. Se movem apenas em meio à realidade mais imediata, mais visível. Digo que isso é frustrante porque sei o quanto de sofrimento há por causa dessa situação. Por não se desapegarem minimamente da matéria, sofrem profundamente no espírito. Por ignorarem que há necessidades mais profundas no ser, sentem a ausência, sofrem o vazio e sequer têm ideia de que isso está relacionado a algo mais profundo que as circunstâncias visíveis podem mostrar.
Muitas vezes, tenho vontade de enfiar essa verdade em suas cabeças. Presencio o tédio, a tristeza, a falta de finalidade e quero mostrar que a solução para tudo isso não está longe. Pelo contrário, está dentro deles mesmos. Por isso é tão frustrante. É algo tão próximo e, ao mesmo tempo, tão desprezado.
Ignoram que o movimento do espírito, que envolve o intelecto, é um desamarrar constante dos grilhões carnais que seguram a mente humana à realidade inferior. Apenas por ele o homem entra em contato com o eterno, que não é somente o transcendente, mas o que absorve tudo. Se não fazemos isso, se não nos envolvemos nas sutilezas espirituais, nos condenamos ao círculo vicioso da matéria, onde não há solução, nem alívio.
Infelizmente, a maioria das pessoas sequer faz ideia de que suas vidas podem ser bem mais leves, bem mais livres. Estão tão envolvidas com o sensível que não vislumbram qualquer alternativa além dele.
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